Universidade Nova de Lisboa lidera projeto europeu para testar medicamentos em 'órgãos-em-chip'

01/10/24
Universidade Nova de Lisboa lidera projeto europeu para testar medicamentos em 'órgãos-em-chip'

A Universidade Nova de Lisboa (UNL) dá um passo significativo na investigação biomédica ao liderar um projeto europeu que visa estudar doenças e testar medicamentos em 'órgãos-em-chip'. Estes dispositivos miniaturizados são capazes de simular o funcionamento de órgãos humanos, como coração, cérebro, pulmões e fígado, utilizando células humanas.

O projeto é coordenado pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) António Xavier, em colaboração com a Faculdade de Ciências Médicas da UNL, e contará com a participação de especialistas de diversas instituições europeias.

Sarela Garcia-Santamarina, investigadora do ITQB e responsável pela equipa, destaca a importância destes dispositivos na investigação médica. A investigadora afirma que os 'órgãos-em-chip' " estudar melhor as doenças e testar novos tratamentos de forma mais eficiente e adaptada à biologia humana", o que representa uma significativa redução na utilização de testes em animais.

Outra vantagem destes dispositivos é a capacidade de poderem “ajudar a personalizar tratamentos" para cada doente, "avançando a medicina personalizada", explica Sarela Garcia-Santamarina. Essa abordagem poderá trazer benefícios diretos para os doentes, uma vez que os tratamentos poderão ser adaptados às suas necessidades específicas.

O foco do projeto está no desenvolvimento e teste destes miniaturizados dispositivos para o estudo e tratamento de doenças crónicas, infeções hospitalares e condições que envolvem interações entre o corpo humano e micróbios.

Além disso, os investigadores pretendem combinar vários 'órgãos-em-chip' para criar um sistema 'multi-órgão em chip'. Esta abordagem permitirá estudar as alterações funcionais, as interações e a comunicação entre diferentes órgãos, aumentando assim a compreensão dos processos biológicos complexos.

Financiado em 1,5 milhões de euros pelo programa Horizonte Europa, que apoia a ciência na União Europeia, este projeto representa um avanço significativo na pesquisa biomédica e tem o potencial de revolucionar a forma como as doenças são estudadas e tratadas no futuro.

Fonte: Lusa

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